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Giba Angelucci Junior
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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Hidroginastica - Um aliado ao corredor


Nos anos 80, a professora de Educação Física Ercy Hanitzch lançou em São Paulo a novidade americana de fazer ginástica numa piscina com água até o peito. Era a hidroginástica, também atribuída a Cooper nos anos 50.
Embora o meio líquido não seja o habitat natural do ser humano, quase toda criança se sente atraída e brinca dentro da água executando os mais complexos movimentos. Correm, brincam de pega, jogam bola, mergulham, se escondem até cansar.
Por causa das propriedades físicas da água, a hidroginástica só tem vantagens. Não sobrecarrega as articulações e ainda é relaxante. Ninguém sai todo dolorido da piscina como pode acontecer com as atividades em terra firme como a própria corrida. É uma atividade aeróbia, mas também pode ser feito um trabalho anaeróbio importante, dependendo dos acessórios usados e a intensidade ou ritmo das aulas.
A água oferece maior resistência aos músculos e ao aparelho respiratório por causa da pressão sobre o tórax. Trabalhos bem conduzidos em tese de mestrado, como o de Ricardo de Almeida Castilho, 1994, mostram freqüência cardíaca e tensão arterial menor na posição ortostática (em pé) na água com a face emersa quando comparada às mesmas condições em terra. Isso sugere podermos fazer um trabalho mais forte.
A hidroginástica acaba atuando também no fator psíquico por conta da sensação agradável que o meio proporciona, inclusive nas pessoas que por vários motivos não gostam ou não sabem nadar. O mau humor é quase proibido.
O gasto calórico. Correr 400 metros na piscina com água até o peito pode consumir calorias equivalentes a 1500 metros em terra firme; já caminhar 4,5 km com água na altura da coxa pode consumir até 460 Kcal.
Segundo o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Universidade Federal de São Paulo, exercícios dentro d'água gastam uma quantidade de calorias uma vez e meia maior que na mesma modalidade no solo. A resistência oferecida pela água chega a oito vezes mais que a do ar. Andar calmamente por uma hora na piscina pode consumir até 700 calorias, o mesmo que correndo a 12 quilômetros por hora na esteira ou pedalando forte nas aulas de spinning ao som estridente de músicas pop.
A hidroginástica já fez parte do plano de treinamento de grandes atletas, como as corredoras olímpicas Florence Griffth (falecida), Jackie Kersse e Valerie Brisco. A treinadora Linda Huey, da Universidade da Califórnia, na época elaborou um programa específico. Por aqui, há algum tempo, os técnicos ligados ao voleibol e ao futebol adotam essa opção por ser muito eficiente em amenizar as dores tardias e redução de lactato.
As pessoas com necessidades especiais, tais como as gestantes, os obesos e os idosos se beneficiam bastante. Os exercícios de respiração, a parte aeróbia da aula e os localizados preparam melhor física e psicologicamente as futuras mamães.
A redução do impacto e as propriedades da água facilitam a movimentação do corpo, produzindo uma gostosa sensação de capacidade de fazer exercícios sem sofrimento por causa do excesso de peso ou influência da idade. Comumente ouve-se a expressão "Me sinto leve e solto" nos praticantes dessa modalidade. Estudos eletromiográficos no músculo trapézio depois da aula comprovaram um estado de relaxamento na ordem de 50 a 70%. Especialistas advogam que a região do pescoço é a mais sujeita às tensões físicas e emocionais.
No caso das gestantes, dependendo do mês de gestação pode-se até programar exercícios específicos preparatórios para o parto envolvendo a musculatura da cintura pélvica.
A hidroginástica vem sendo utilizada com sucesso, como forma terapêutica nos casos de recuperação de algumas cirurgias, tais como implantação de prótese, ou de doenças como a osteoporose. O estresse ósseo estimula as células osteoblásticas, conseguido com movimentos utilizando braços de alavanca maiores ou acessórios que aumentem a resistência na água. A indústria de fitness vem desenvolvendo cada vez mais uma infinidade de equipamentos seguros para melhorar a força e a resistência em todo tipo de atividade, inclusive a hidroginástica.
A indumentária também é importante. Touca opcional para proteger os cabelos e no caso das mulheres maiô inteiro. O biquíni pode não ser muito apropriado em determinados movimentos podendo criar situações embaraçosas.
Vantagens para os corredores. Para os corredores em especial, a atividade cai como uma luva porque pode ser altamente relaxante, tanto para os atletas de elite como para as pessoas que apenas correm visando qualidade de vida.
Quem na corrida tem sempre objetivo de superar os limites está freqüentemente envolvido com os intervalados fortes ou os treinos longos e a dor muscular costuma ser fiel companheira. A hidroginástica nesses casos tem o poder de aliviar essas dores musculares, possibilitando inclusive um tempo de descanso mais curto entre dois treinos fortes.
Para o povão, que nem sempre treina tão forte assim, mas sente também os efeitos das dores musculares após uma ou outra competição ou treino mais audacioso, é mais uma opção de variação de treino gostoso para não ficar todo dia treinando do mesmo jeito.
Outra grande vantagem é quando o corredor está lesionado e aí tanto faz ser elite ou não. A hidroginástica costuma ser normalmente indicada pelos médicos como atividade substituta e/ou auxiliar no tratamento.
Ao corredor, não é preciso também se submeter a uma aula de hidroginástica com todos aqueles exercícios tradicionais. Basta negociar com o professor e expressar que o seu desejo é apenas ficar correndo ou andando dentro da água, fazendo assim o mesmo gesto esportivo da corrida, enquanto relaxa a musculatura. A sensação é das mais prazerosas.
De certa forma, em torno da hidroginástica criou-se um estigma como sendo destinada aos idosos. Ledo engano. Cada vez mais pessoas estão descobrindo as vantagens dessa atividade física.
Outro mito criado é que as atividades aquáticas, por serem de baixo risco, podem dispensar exames médicos e/ou orientação profissional. Pelo contrário. Algumas pessoas são alérgicas ao cloro e outras podem ter problemas que não sabem, só identificados num exame médico mais apurado. Passar mal dentro de uma piscina dá sempre mais trabalho para socorrer do que em terra firme. Portanto, não dispense o olhar atento do profissional de Educação Física. Se não tiver nenhum é preferível não entrar na água.
Da mesma forma que outras atividades físicas, o excesso também pode trazer conseqüências desagradáveis, tais como dores articulares ou cansaço exagerado. Por ser boa não significa poder fazer muito.
Colaboração : Revista Contra Relógio
Bons treinos

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